Gosto muito da palavra dom em inglês, gift, que também pode ser traduzida por presente. O dom nada mais é que um presente. Somos privilegiados por termos dons. O problema é que às vezes achar um dom é como aquelas brincadeiras de achar a bolinha branca numa piscina de bolinhas coloridas.
Quando não sabemos qual é o nosso dom, temos que pedir orientação a Deus, pois essa é a hora mais comum de trapalhadas. Levanta a mão quem nunca viu um ministério de dança no qual uma peça estava fora do lugar. Sempre tem aquela pessoa que não tem aptidão nenhuma para dança e que acaba estragando a parada toda. Aí usa o famoso bordão: “ Ah, é para Deus. Deus recebe!”. Isso é muita cara de pau.
Acho que deveríamos ter nas igrejas teste de vocação ministerial. Vejo gente trocando de ministério como troca de roupa. Ministério é coisa séria.
Se você está flertando com um ministério e não tem certeza do que quer, ore e comece a se aproximar e a acompanhar as atividades do grupo. Mas não assuma nenhum compromisso sério. Uma hora Deus vai te mostrar se é esse o lugar onde você deve estar.
Sua atividade ministerial tem que ser algo que dê prazer. Se você não gosta de fazer isso, caia fora. Você tem que ter prazer em estar nas reuniões. Quando a reunião for cancelada, você tem que lamentar. Você tem que se sentir bem com as pessoas. Tentar ser amigo de todo mundo. E, acima de tudo, você tem que querer. Defina o que você quer. Não deixe a vida te levar. Não faça somente o que der na telha.
E, para terminar, seja ousado. Talvez o ministério de Deus para a sua vida não seja algo convencional. Talvez sua vocação seja descascar batatas. Ou dançar com salto 15. Ou, usar lápis de cor aquarelável. Eu não sei fazer nenhuma dessas três coisas, por exemplo, mas às vezes preciso fazê-las, e aí? A necessidade sempre vai existir. Não se preocupe se você está perdido na igreja. Uma hora você vai ouvir uma voz que dirá: “ A cem metros, vire a direita”.